sábado, 31 de janeiro de 2015

Há quatro modos de o motorista guiar o CT200h. Em todos eles, o sistema híbrido aciona o motor elétrico quando necessário, sem a intervenção do condutor. Se a ideia é melhorar o consumo, basta girar o seletor (localizado abaixo dos comandos rádio) para a esquerda. Dessa forma está acionado o mapa Eco. Com ele (e contando com o bom senso do motorista, de pisar moderadamente e progressivamente no acelerador), o sistema busca empurrar o carro apenas com o motor elétrico. Em um rápido teste, foi possível chegar aos 40 km/h utilizando somente a eletricidade. Em velocidades mais altas e com cargas maiores, o motor a gasolina é acionado. Neste modo, o G1 anotou médias de consumo do CT200h. Na cidade, onde o motor elétrico é acionado com maior frequência, o hatch alcançou a média de 15,3 km/l. Na estrada, onde o motor a combustão atua com o elétrico, o consumo foi pior, de 14,8 km/l, o que é normal em híbridos, já que o motor elétrico não é tão utilizado. De qualquer forma, ele apresenta índices semelhantes a veículos populares, com motor 1.0 e bem mais leves. 'Bipolar'
Com tamanho apelo “ecológico”, parece que o CT200h não oferece diversão para quem gosta de acelerar. Errado. No modo Sport, na maior parte do tempo os dois motores estão acionados, para gerar o máximo de potência e torque para o hatch. Além disso, o quadro de instrumentos se transforma. Saem de cena o indicador de consumo ou regeneração de energia e a iluminação azul, para dar lugar a luz vermelha e um conta-giros convencional, mostrando um lado menos pacato do hatch. O resultado é um desempenho agrada, mas em absolutamente nada lembra o “primo distante” LFA, superesportivo da Lexus de 552 cv. Mas a questão é que acaba sendo mais “divertido” pisar mais leve no acelerador e gastar menos combustível do que chegar alguns minutos antes ao destino. Lexus CT200h (Foto: Fabio Tito/G1) Capa do motor do CT200h (Foto: Fabio Tito/G1) No modo normal, o CT200h busca o equilíbrio entre o Sport e o ECO, acionando o motor auxiliar quando a solicitação por velocidade aumenta. No último modo, EV, o carro só se move usando o propulsor elétrico. Porém, a autonomia é limitada, já que depende do nível de carga da bateria. Esta, aliás, é recarregada automaticamente em dois momentos: quando o motorista tira o pé do acelerador e deixa o carro “rolar” em frenagens, usando o sistema de regeneração de energia cinética. Visual e aerodinâmica Com um visual invocado, o CT200h sugere ser muito mais esportivo do que de fato é. Dá até para fazer uma analogia "ousada" com o Hyundai Veloster, que também é mais conhecido por suas linhas arrojadas do que pelo desempenho. Porém, uma das grandes diferenças entre os dois modelos está no fato de o Lexus não ser veloz, mas, pelo menos, consumir muito menos combustível. Além de criar um desenho exuberante, os projetistas da marca também conseguiram reduzir a resistência ao ar do veículo. O coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,29 é considerado excelente para um hatch, e pode ser comparado a sedãs, que tradicionalmente possuem menor arrasto, como o Audi A3 Sedan (0,30) e esportivos, como a Ferrari F12berlinetta (0,29). Um dos motivos para um número tão bom é a pouca altura do assoalho para o solo, de apenas 14 cm. Por isso, é bom redobrar a atenção em valetas e lombadas mais altas, pois o carro pode raspar com frequência. Interior 'tiozão'
Todo o dinamismo que se vê no exterior é perdido ao entrar no CT200h. Extremamente conservadora, a cabine do hatch aposta na sobriedade. Todos os comandos estão onde um consumidor mais tradicional espera encontra-los, sem frescuras ou ousadias estéticas. A central multimídia é operada por uma espécie de mouse, localizado abaixo da alavanca de câmbio. Seu funcionamento poderia ser mais intuitivo, sobretudo se a tela de 8 polegadas fosse sensível ao toque. Porém, a central multimídia é polivalente. Ela possui, além do rádio e CD player, DVD player, TV digital e exibe imagens da câmera de ré, coordenadas do navegador e informações de climatização da cabine. Comandos do rádio do Lexus CT200h (Foto: Fabio Tito/G1) Comandos de rádio e seletor para escolha dos modos de condução (Foto: Fabio Tito/G1) Porém, alguns comandos ficam “soltos”, e são acionados apenas por botões. Além do volume, a mudança de estação no dial e a fonte reprodutora de áudio só podem ser configuradas por teclas “convencionais”. Ainda sobre o som, o sistema da Panasonic tem 10 alto-falantes e 2 tweeters faz jus ao “pedigree” Lexus. Seja a música popular ou a mais erudita delas, os ouvidos serão agraciados com um som de qualidade. O acabamento acompanha o alto padrão. Há muito couro e alumínio espalhado pela cabine. Mérito da Lexus que não baixou a qualidade dos materiais em seu modelo de entrada. O único senão são os bancos em tom claro de couro. O bege, além de não ser a cor favorita dos brasileiros, também está mais sujeita a aparentar sujeiras. Mas nada que o dono de um Lexus não possa pagar pela limpeza. Mercado Com o recente anúncio da redução do imposto de importação para veículos híbridos sem recarga e com motores entre 1.0 e 3.0 litros, o CT200h acabou beneficiado. Porém, a Lexus afirma que só irá promover mudanças na tabela quando o modelo se tornar linha 2015, o que, até agora, ainda não aconteceu. Enquanto não tem o preço reduzido, ele ocupa um segmento quase único entre os híbridos. Não concorre com o Prius, por ser muito mais sofisticado, e também não faz frente ao Ford Fusion Hybrid, que, apesar ter preço próximo, é muito maior e mais espaçoso. Assim, os “concorrentes” mais próximos acabam sendo outros hatches premium, que, se por um lado apostam em esportividade, por outro contam com pacote de equipamentos, preço e tamanho similares.

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